A Copa do Mundo é nossa

Copa do Mundo é coisa séria. E no dia 30 de outubro a entidade máxima do futebol, a FIFA, concedeu ao Brasil a honra e a responsabilidade de sediar a Copa do Mundo de 2014. O início da cerimônia foi morno. O Brasil era o candidato único, a comitiva estava ali apenas para receber a nomeação oficial. A presença de Paulo Coelho tinha um tom surreal, que me fez questionar a seriedade daquele grupo. Ricardo Teixeira foi deselegante durante a sua entrevista coletiva. Afirmou que a violência no Brasil era do nível dos Estados Unidos, onde malucos invadem escolas para matar os colegas, e da Inglaterra, onde se matam brasileiros no metrô. Mas, apesar de tudo, o pontapé inicial foi dado, e o trabalho rumo a 2014 já começou. O objetivo final da Copa é exorcizar o fantasma de 1950. As cartas estão na mesa.

A batalha política vai ser duríssima. Na teoria são 18 estados pré-selecionados, concorrendo ao posto de uma das 12 sedes de jogos da Copa. Na prática, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul não ficarão fora dessa. Pernambuco está na disputa, com a Arena Recife-Olinda, projeto que já foi enviado pelo Governo do Estado para o Ministério dos Esportes. Apenas no Nordeste estádios serão construidos, ao invés de adaptados. Pernambuco, Bahia,  Rio Grande do Norte e Alagoas estão com seus projetos de construção prontos. O Ceará pretende reformar o Castelão.

É ai que começa a polêmica. Construir uma nova estrutura será melhor do que adaptar as antigas? O vice-presidente de futebol do Sport, Homero Lacerda, já se posicionou. Ele enviou uma carta ao governador Eduardo Campos dizendo que não apóia a construção da Arena. Para ele, o investimento feito no estádio, que gira em torno de 250 milhões, deveria ser aplicado na reforma da Ilha do Retiro. A posição do Governo do Estado é que nenhum dos três principais estádios pernambucanos teriam condições de se adequar às normas da Fifa, por uma questão de localização e estrutura.

O arquiteto responsável pelo projeto, Zeca Brandão, falou sobre os recursos da Arena Recife-Olinda, que será construída no Complexo Salgadinho. Fazem parte do projeto restaurantes, um teatro para com capacidade para 2 mil pessoas, praça de alimentação, centro empresarial e centro de convenções. A capacidade da Arena é de 45.500 pessoas.

Para o técnico Geninho, trazer a Copa do Mundo para Pernambuco pouco vai influenciar na rotina do Sport. "Tem um efeito positivo para a população. Mais com relação ao Sport, os benefícios quase não existem. Só transformaria de verdade  se ao invés da construção da Arena, fosse feita uma reformulação na Ilha do Retiro", disse o treinador. Ainda não está definido como Arena Recife-Olinda será aproveitada após a realização da Copa de 2014.


Gustavo Paes
Redação meuSport.com