Vôlei – Sport obtém uma vaga na Superliga


Na noite de sábado, o time feminino do Sport conseguiu uma vaga para disputar a Superliga de vôlei 2005/2006 – campeonato formado pelas principais equipes do Brasil –, ao vencer, por 3×0, o Upis-DF, parciais de 25/18, 25/11 e 25/20, pela Liga Nacional, em Cuiabá-MT. Ontem, as rubro-negras fizeram a grande final contra o Surb-SC, mas perderam o título do torneio, ao cair por 3×1, parciais de 25/20, 24/26, 25/23 e 25/16. Para participar da Superliga, porém, o clube leonino deverá cumprir algumas exigências da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), além de correr atrás de dinheiro para reforçar o grupo.

Segundo um levantamento da CBV, os gastos mínimos das agremiações que participam do campeonato ficam em torno de R$ 1.1 milhão. É exatamente aí que começa a árdua caminhada rubro-negra, já que o clube, segundo o vice-presidente de amadorismo, Aloysio Monteiro, reserva-se a investir no futebol. Só a inscrição da Superliga custa R$ 22 mil.

Em seu favor, o Sport tem a ajuda da Federação Pernambucana de Volei (Fevepe) e a vontade da CBV de colocar um time do Nordeste na competição, no intuito de difundir ainda mais o vôlei na Região. Para se ter uma idéia da fragilidade do esporte em âmbito local, havia 12 anos o Estado não tinha nenhum representante no torneio nacional, um dos melhores e mais bem organizados do mundo – a última a participar foi a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB).

É para traçar planos, pensar em idéias e organizar métodos para angariar recursos, que integrantes do amadorismo do Sport e da Fevepe vão se reunir no meio da semana – a data ainda não foi definida. A intenção é fazer o Governo do Estado abraçar a iniciativa. “Isso tudo envolve o máximo de esforço. O próprio Ari Graça, presidente da CBV, mostra-se disposto em nos ajudar”, afirmou o diretor de marketing da Fevepe, Marcos Dias. “A segunda etapa será nos antecipar e ter uma reunião com os dirigentes da CBV”, complementa Marcos.

Quais requisitos serão referendados pela CBV ainda não se conhece. Mas profissionalizar as atletas deve ser um deles. “As jogadores do Sul/Sudeste vivem para jogar o vôlei. Aqui não. As meninas treinam e têm um trabalho paralelo”, afirma o diretor. Reforçar o time rubro-negro é outra atitude básica, até para não fazer feio no Nacional. Um dos entraves, segundo Aloysio Monteiro, é a vista grossa que os dirigentes do Sport fazem em relação aos esportes olímpicos. “O Sport tornou-se um clube apenas de futebol. O que é uma atitude errada. Mas não vamos desistir. Aqui sempre realizamos tudo com esforço. E o vôlei feminino salvou o ano do centenário”, declarou Aloysio.

Segundo ele, a cúpula rubro-negra está mais interessada no time que está levando bordoadas de todas os lados na Copa Pernambuco do que no vôlei. “A iniciativa tem de partir da gente que é do amador. Senão tomarmos a frente, não acontece nada. Vamos atrás de patrocínio para participar da competição. Seria um feito para o esporte local e para o Estado”, diz.

Desde que foi criada, é a primeira vez que uma equipe pernambucana tem a chance de participar da Superliga, segundo Aloysio.