Bibi é só festa

Demorou, mas o atacante Bibi, principal destaque do Sport na vitória sobre o Náutico, no último sábado, no emocionante Clássico dos Clássicos, conseguiu uma bela noite de sono, na sua cidade natal, Camutanga (Zona da Mata Norte), a 87 km do Recife. Mas não foi fácil. Ele teve a difícil missão de baixar a adrenalina, depois de encerrada uma partida em que deu um belo passe para o gol de Marcos Tamandaré. Mais: mostrou frieza ao dominar um lançamento do atacante Vinícius e chutar cruzado para decretar a vitória leonina (3×2).

A oportunidade para entrar na partida aconteceu na metade do segundo tempo. O estreante técnico Edinho Nazareth observou os espaços cedidos pela defensiva do Náutico e chamou o atacante, xodó da torcida, que ficou alvoroçada nas arquibancadas. “Bibi! Bibi! Bibi”, gritava.

Segundo o próprio atleta, o treinador pediu o básico: “Entre e faça a sua fumaça”. A gíria tem significado igualmente simples: “Coloque em pratica sua correria! Coloque fogo no jogo!”. E Bibi aproveitou a oportunidade. O baixinho contou estar em débito com a torcida rubro-negra. “Tinha de entrar no jogo e fazer os gols”. Nas partidas contra o Grêmio-RS e Vila Nova-GO reconheceu ter tido uma atuação apenas regular.

Ainda de Edinho, Bibi escutou que teria liberdade para jogar no setor que achasse melhor – mas não poderia esquecer de marcar os laterais ou voltar para o meio. O principal era ocupar os espaços, flutuar em campo. Ele entendeu o recado, fez um “salseiro” na defesa alvirrubra, marcou o gol e correu para abraçar o técnico.

“Com Zé Teodoro eu tinha de atuar na direita. Mas gosto de jogar solto. Dos dois lados. Principalmente na esquerda, porque corto sempre para a direita, quando me apronto para chutar”, diz.

Edinho, por enquanto, deve continuar utilizando-o na segunda etapa das partidas. É uma maneira de ter escondido na manga um atleta diferente de Vinícius e Marco Antônio. “Ele foi importante e ajudará bastante”, afirmou o treinador.


Foto: Marcos Michael / JC Imagem