Só não podemos jogar confetes demais

Por Adelmar Bittencourt*


A que ponto chegamos: estamos comemorando efusivamente o fato de termos, pela primeira vez nesta Série B, ganho duas partidas consecutivas. Fazer isso não é mais do que uma obrigação para uma equipe da magnitude do Sport Club do Recife e ponto final. Se eu estou feliz pelos resultados? Claro! Feliz sim, resignado nunca. Não vou engrossar o cordão de quem diz que o time está, definitivamente, no caminho certo, e que Zé Teodoro é um grande treinador.


No sábado a equipe demonstrou, sim, vontade de vencer e um futebol objetivo. Teve aquela gana de partir para cima do adversário e matar o jogo o mais cedo possível, tal como fez a Argentina na partidas Eliminatórias contra o Brasil, e como a própria seleção devolveu aos portenhos, na final da Copa das Confederações. Jogou um futebol bem mais solto e vibrante que o de costume, o que é um ótimo sinal.


Mas eu prefiro ficar na defensiva, até porque acho que está dando sorte. Não vou sair por aí gritando os nomes de Vinícius (que fez uma bela partida no sábado) e Zé Teodoro. O momento é de deixá-los em paz para que eles dêem prosseguimento ao trabalho deles, e lá no final do túnel, quem sabe, a gente não possa tietá-los?


Outra: não se iludam com Bibi, por favor. Ele pode ser um jogador carismático e floclórico, mas já existiu um Jacozinho no mundo e ele nunca deu certo. Espero que Bibi continue entrando e dando suas carreiras pra cima dos adversários, mas sem a ilusão de que aquilo que está diante de meus olhos é um craque por muito tempo negligenciado pelos grandes clubes do Brasil.


Não fique com raiva de mim, caro(a) rubro-negro(a). Acredite, eu estou muito feliz com estas duas vitórias. Só acho que esse clima de oba-oba não ajuda muito no momento. Deixemos que o grupo rubro-negro pense que nós ainda desconfiamos deles.


Eu tenho notado os atletas bem mais unidos que antigamente, e acho que deve ser um reflexo desse comportamento da torcida. Continuemos a torcer e apoiar, mas sem jogar muitos confetes. Afinal de contas, bons serviços sempre são precedidos de uma fiscalização cerrada.