ESPECIAL – Memórias de um Louco VII

Vamos que ainda dá tempo!!!

Estão lembrados da ida dos rubro-negros à Lima, capital peruana? E as dificuldades que passaram para atravessar a fronteira? Pensou que aquilo era tudo?! Você está enganado! Hoje a saga continua. Corra, largue tudo que está fazendo e venha ler… ainda dá tempo!

”Apesar de toda a frustração, saímos de Assis Brasil esperançosos em alcançar o Peru pela Bolívia. Teríamos que fazer um retorno enorme, voltando do Acre até Rondônia”, diz Moca.

E como dá para perceber, nem tudo foi um mar de rosas. “O sonho começou a virar pesadelo quando estávamos na estrada entre Rio Branco e Porto Velho. Por ser um local desabitado e com pouco movimento a estrada era muito perigosa a noite, mesmo assim teríamos de enfrentar o risco para tentar chegar a tempo.” O medo foi tomando conta dos rubro-negros e, numa hora dessas, até o ônibus quebrou.

Para sorte do nosso querido ‘louco’ e de toda a turma, e confirmando o pensamento de Moca – que “Deus é rubro-negro da Ilha do Retiro” – adivinhem em que lugar o ônibus quebrou? Em Nova Califórnia! Vocês recordam que os nossos amigos encontraram um sargento leonino? Sabendo que o local era arriscado, o sargento colocou quatro soldados de sentinela, armados, protegendo os torcedores do Sport. “no dia seguinte havia todos os recursos disponíveis ao nosso alcance. À noite organizou-se um forró pé-de-serra. Passamos todo o dia esperando o socorro chegar e quando isso aconteceu já era noite. todos estávamos desesperados porque não se tinha quase sem tempo.  Finalmente o ônibus ficou pronto gritamos o ‘Cazá, Cazá’, nos despedimosdo nosso anjo da guarda amazônico e seguimos em frente”, relembra Moca.

Infelizmente a alegria durou pouco. O motivo? Mais uma vez o ônibus resolveu parar! e o ônibus. “Nessa altura do campeonato estava irremediavelmente perdido o sonho de chegarmos a Lima”. Decidiu-se o seguinte: uma parte do grupo iria até Porto velho em ônibus de linha e, como não havia muito que fazer, foram quase todos.

Ao chegar em Porto Velho, os rubro-negros hospedaram-se em um hotel e esperaram por notícias do ônibus, porém a autorizada não poderia ir ao local imediatamente. O dia do jogo chegou e o desespero se instalou de vez! “corremos até a Embratel na esperança de conseguir assistir ao jogo, mas terminamos  voltando para o hotel, frustrados.  o jeito foi ouvir ao jogo pelo telefone. Imagina a cena nós, no fim do mundo, escutando o jogo do SPORT pelo telefone. Só para melhorar, Betão pega aquela bola de jeito e goooooooooool. Pense apenas na gritaria dentro do hotel e todo mundo descendo correndo, balançando as
bandeiras em Porto Velho, soltando os fogos, que iríamos soltar em Lima…”

Imaginaram? Como não poderia deixar de acontecer, os rubro-negros viraram notícia, saíram na televisão local. “O ônibus chegou e voltamos para casa tristes por não termos presenciado esse momento histórico, mas ao menos felizes com a vitória”, finaliza Moca.