Depois do racha, Sport nunca mais foi o mesmo

Há cinco anos, a diretoria do Sport rachou. Luciano Bivar, o atual presidente, rompeu com o vice, Wanderson Lacerda. O time já era tetracampeão. Naquele ano, ainda conseguiu ganhar o penta estadual. Mas os dois líderes bateram chapa em dezembro de 2000 e Bivar levou a melhor. O Sport nunca mais foi o mesmo. Em 2001, perdeu o hexa numa campanha pífia. Bivar renunciou. Fernando Pessoa assumiu a presidência e foi sucedido por Severino Otávio, Branquinho. Bivar retornou à presidência este ano. Mas, desde 2001, o Sport vem acumulando fiascos – a exceção foi em 2003, quando voltou a ser campeão estadual. Porém, rebaixado à Série B em 2001, segue uma via-crúcis no certame nacional, que parece não ter fim.

A má fase frustra a torcida e gera dúvidas sobre a competência da atual diretoria. O time é caro, o clube paga salários em dia, mas o custo-benefício dos jogadores não tem sido o esperado. A torcida anda chateada. Nos bastidores, fala-se que a Oposição trabalha contra o clube – algo que não se consegue provar. Certo mesmo é que na década passada, o time ganhou oito dos dez estaduais disputados. Nesta década, ganhou um em cinco. Se for mantida essa proporção, só vai ser campeão mais uma vez até 2010.

Há um ano e meio, o Sport oscila dentro das competições que disputa. Para se ser mais exato, desde que perdeu para o Palmeiras (2×1), no fim de 2003, em Garanhuns, o rubro-negro não emociona seus torcedores. Este ano, que poderia ser o da sua redenção, deixou escapar o título de campeão pernambucano, no seu centenário, e engatinha no sentido de conseguir a cada vez mais distante vaga na Série A, em 2006.

Em 2004, disputou o bicampeonato estadual, mas conseguiu, apenas, chegar em terceiro. Com uma desastrada participação na Série B, nesse mesmo ano, por pouco não provou o amargo gosto da Terceirona. Os três anos anteriores a 2004, também foram de intranqüilidade, excetuando-se 2003.

Os mais saudosos lembram-se, de imediato, da temporada 2000. Mesmo situado no Nordeste, o Leão conquistou o pentacampeonato pernambucano, venceu a Copa do Nordeste, conquistou o segundo lugar na Copa dos Campeões, e terminou a Copa João Havelange em quinto, depois de ficar na segunda colocação na fase de classificação, atrás do Cruzeiro.

A fatura do sucesso, no entanto, viria em seguida. De lá para cá, o Sport foi só oscilação. A começar pelo desmonte do time de 2000, ponto considerado o embrião do declínio. Em 2001, a equipe foi formada por um punhado de atletas de qualidade duvidosa. Resultado: perdeu o hexa e foi rebaixado à Segunda Divisão. Em 2002, esteve mal no Estadual, mas fez uma boa campanha na Série B, que terminou numa frustrada desclassificação, nas quartas-de-final, para o Etti-Jundiaí, atual Paulista.

A gestão Bivar ainda não engrenou. O título de campeão estadual no ano do centenário se foi. Agora, na Série B, o time segue sob desconfiança da torcida. Precisa fazer 15 pontos para garantir vaga entre os oito primeiros da primeira fase. Mas vem de três derrotas consecutivas, a última para a Anapolina, sexta-feira.