Torcida do Sport não pára de festejar o centenário do clube

Após acordar o Recife com um intenso foguetório, às 6h de ontem, a torcida rubro-negra voltou a se encontrar na Ilha do Retiro para homenagear o centenário do Sport. Por volta do meio-dia, sozinhos ou em grupo, os leoninos foram chegando à sede social, munidos de bandeiras, buzinas, fantasias, faixas, cartazes e o inevitável grito de casá, casá, casá. Ao fundo, um buzinaço ensurdecedor e mais fogos de artifício, deram o tom da festa.

“Quanto mais apanhado, mais preto e encarnado”, declamou o produtor musical Felipe Machado, 28 anos. “Não é porque não conseguimos ganhar o título do centenário que não vamos comemorar essa data tão importante. Temos cem anos de conquistas para nos gabar”, completou Felipe, ao lado se sua mãe, Miriam Machado, 66 anos.

Já para os irmãos Marcílio e Maurílio Cunha, ambos advogados, torcer para o Sport é uma religião. “O amor pelo Sport é uma coisa que não se explica. Vocë simplesmente é levado pela paixão” disse Marcílio, 47 anos. “Esse amor foi passando de pai para filho e já está na terceira geração da nossa família” acrescenta Maurílio, 44 anos.

Já para o autônomo, Leonardo Amorim, 30 anos, o Sport é sua válvula de escape. “A vida nos dá tanto sofrimento e torcer por um clube como o Sport ajuda a esquecê-los por um momento” disse Leonardo, com um leão de pelúcia embaixo do braço.

Valia tudo para homenagear o Sport. O autônomo Flaviano da Tampa, 40 anos, colou em seu corpo 100 tampas de garrafa, 50 da cor vermelha e 50 da preta. “Foi o jeito que arrumei para saudar o Sport’, disse Flaviano.

PRESENTE – Os gritos de casá, casá se tornaram mais intensos quando, de repente, o atacante Adriano Chuva surgiu na sede social. O jogador, contratado no início da semana como grande salvação para resolver o crônico problema da falta de gols do ataque do Sport , apareceu na Ilha e já foi para os braços da torcida.

“É bom ser recebido de uma forma tão calorosa como essa. Não imaginava que seria de outra forma, pois na primeira passagem que tive pelo Sport deu para sentir o amor da torcida para com o clube”, comentou Chuva.

AMPLIAÇÃO E UNIFORME – Mais tarde, na casa de eventos Arcádia, em Boa Viagem, Chuva vestiu a camisa do centenário, num almoço que reuniu importantes lideranças rubro-negras.

“Pela torcida e pelo patrimônio que possui, o Sport não pode ficar tanto tempo fora da elite do futebol brasileiro. Espero que tudo corra bem e no final do ano possamos dar o presente maior para a torcida, o retorno à primeira divisão”, disse o jogador.

Na ocasião, o presidente Luciano Bivar e o vice-presidente de futebol, Gustavo Dubeux, detalharam o projeto de ampliação da Ilha do Retiro, sob a responsabilidade do arquiteto Carlos Fernando. “Além de criar a Curva Sul, que disponibilizará mais 1.020 cadeiras cativas e mais 38 camarotes, o projeto também engloba a transformação dos assentos especiais da Curva Norte em cadeiras cativas. Com isso, serão mais 2.040 cadeiras a disposição da torcida”, disse Dubeux.

O projeto, orçado em R$ 1,3 milhão, será custeado pela torcida. “Os 38 novos camarotes já estão à venda, ao preço de R$ 25 mil cada. Já as cadeiras, custam R$ 1 mil (Norte) e R$ 800,00 (Sul)”, explicou Dubeux.