E o Recife acordou Rubro-Negro

 O Recife acordou ontem de uma forma bem diferente. Em vez dos cantos dos pássaros, os moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR), e principalmente os dos arredores da Ilha do Retiro, acordaram às 6h, com uma queima de fogos de artifício. O despertador foi o ponto de início para às festividades no dia do aniversário do Sport. Mas a comemoração do Centenário estava apenas começando. Quando o relógio marcou exato meio-dia, os motoristas fizeram questão de passar em frente a sede do clube, na rua Sport Club do Recife, para fazer um enorme buzinaço com o famoso Cazá, Cazá!


Mesmo sendo o Sport o aniversariante, foi a torcida que recebeu um belo presente. Quando os rubro-negros estavam animados na sede com a festa, foi que o mais novo contratado, o atacante Adriano Chuva, deu o ar de sua graça. “É muito bom ser recebido desta forma. Uma recepção bem calorosa por sinal”, disse o jogador.


Depois da passagem do craque a festa continuou. Alguns torcedores rivais tentaram atrapalhar a festa do Leão buzinando as suas músicas, mas o que predominou mesmo nas ruas foi o som vermelho e preto. A aposentada Myrian Rodrigues, 62, mesmo morando em “território inimigo” fez questão de incomodar os seus vizinhos. “Infelizmente eu moro na (avenida) Rosa e Silva, perto do Náutico. Mas em compensação fiquei da meia-noite até às 6h soltando fogos na janela”, riu Myrian, disse para depois declarar a sua paixão pelo clube. “A razão do meu viver é o Sport”.


 A medida que o tempo passava, mais rubro-negros, de todo lugar, chegavam na Ilha do Retiro. Teve até uma família de Arapiraca/AL. “Foram cinco horas de viagem, mas pelo Sport eu faço tudo”, disse Kátia Marques, que veio para Recife acompanhada do seu marido, Mário Moura, e de seus dois filhos, Geovana e Gabriel. “Nós viemos exclusivamente para participar da festa do Centenário. Só vamos embora no domingo depois do jogo”, completou.


Várias foram as formas de homenagens. Tinha torcedor com bandeira enrolada no corpo, carregando bandeiras, fantasiados e até com o cachorro vestindo as cores rubro-negras. “Cada tampinha dessa é para comemorar um ano do Sport. No total são 100 em toda a roupa”, explicou Flaviano das Tampas. Mesmo sendo trabalhosa a fantasia, ele não cogitou em parar. “Passei mais de um mês para terminar. O amor que sinto me deu forças para não desistir”, completou. E mesmo o personagem principal do dia sendo o Leão, o cachorro Ninito, da raça podle teve destaque na multidão que lotou a sede. “A festa do Centenário ele não podia perder. Como é um cão obediente, resolvi traze-lo”, disse Cristina Magalhães.