Sport quer apagar a má impressão com título


A nova competição que bate à porta do Sport não é só importante por dar ao seu campeão e vice uma vaga na Série A do Campeonato Brasileiro, em 2006. Pode servir para o rubro-negro apagar da memória do torcedor a vexatória participação no Campeonato Pernambucano, no ano do emblemático centenário – o clube encerrou o certame em terceiro lugar. Mesmo não colhendo frutos, a direção não fez como no passado. Evitou dispensar os principais jogadores, e manteve uma base. Isso porque, segundo a imprensa, os torcedores e os dirigentes, o grupo leonino, pelo menos no papel, é bom. Para continuar o trabalho, trouxe um novo técnico: Zé Teodoro substitui Adílson Batista.

Para o novo treinador, o elenco precisa melhorar. Mas, a sete dias da competição, o único contratado de peso é o lateral-esquerdo Marquinhos, que com Zé Teodoro, ano passado, foi campeão pernambucano pelo Náutico.

O lateral Marcos Tamandaré, o meia Geraldo e o atacante Bibi, jogadores contratados junto a times pequenos do Estado, estão sendo avaliados pela nova comissão técnica. Segunda-feira, até três atletas devem ser apresentados. Dois deles, o atacante Jales, do Rio Branco, último clube de Zé Teodoro, e o meia Éder são tidos como certos. Um aviso: “Vai jogar quem estiver melhor”, afirmou o Zé Teodoro.

Mais do que treinar o time, o técnico terá um grupo de difícil trato. Assim, jogar uma água fria na fogueira de vaidades que queima na Ilha é essencial. A primeira medida foi tomada. O volante Cleisson, tido como o principal articulador da saída de Adílson Batista, foi afastado.

O trabalho, no entanto, não se resume apenas em domar as feras leoninas. Empolgar o grupo é preciso. Em muitas partidas no Pernambucano, faltou vontade para vencer os jogos mais fáceis. A inoperância do grupo culminou na perda do titulo. Por tabela, a auto-estima de todos baixou. “Encontrei um time cabisbaixo. É preciso trazer a alegria”, afirma o comandante.

Pelo menos nos treinos e nas entrevistas, os atletas tentam se mostrar revigorados. “A hora é de dar a volta por cima na competição que realmente interessa para o torcedor: a Série B”, diz o meia Cleiton Xavier, uma das gratas surpresas da equipe. Na reta final do Pernambucano, porém, o jovem atleta também caiu vertiginosamente de produção.

“O que precisamos é mostrar a nossa força dentro de campo. Se somos bons no papel, o ideal é formarmos uma família, se unir, e fazer um bom campeonato.” A advertência é do atacante Rinaldo. Ele conhece bem as dificuldades da Série B. Ano passado, pelo Fortaleza, foi o artilheiro da competição, mesmo deixando a equipe alencarina na metade do campeonato. Em 2005, ele ainda não reeditou as suas melhores jornadas, mas espera dar a volta por cima. “Vou lutar para ser artilheiro e subir para a Série A”, encerra.