Sport empata e adia retorno à Copa do Brasil

O Sport despediu-se melancolicamente do Campeonato Pernambucano e, de quebra, da Copa do Brasil de 2006, ontem, ao empatar com o Manchete, pior equipe do Estadual nos últimos 24 anos, por 0x0, no Estádio Ademir Cunha, em Paulista. A atuação dos atletas foi bisonha. Nem de perto parecia um time cujo elenco tem uma folha salarial de quase R$ 600 mil. Ao término do encontro, restou aos torcedores cantar, em coro: “Vergonha! Vergonha! Vergonha! Time sem vergonha!”, parodiando a música “Poeira”, da cantora baiana Ivete Sangalo.

A permanência do técnico Adílson Batista está cada vez mais difícil. Ele mesmo, depois do jogo, avaliou que suas chances de continuar o trabalho são mínimas. Hoje, a direção deve se pronunciar oficialmente sobre o assunto.

Poucas vezes no Estadual deste ano, viu-se um futebol tão medíocre. E as explicações são muitas. No primeiro tempo, faltou ao Sport agressividade, um meio-de-campo compacto, e o básico: vontade de jogar futebol. Para se ter uma idéia, em 45 minutos, a equipe criou apenas duas oportunidades de gol. E mesmo assim, nenhum dos lances caracterizou o que se chama de “gol feito”.

Aos oito minutos, Cleiton Xavier cobrou um escanteio. A defensiva do Manchete não subiu, e o volante Ramalho, ontem atuando de zagueiro, cabeceou ao lado do gol. A derradeira chance da etapa aconteceu aos 20. Sandro cobrou uma falta da intermediária, obrigando o goleiro Ronaldes a fazer uma defesa difícil.

Os últimos 25 minutos da etapa foram de agonia. Não que o Manchete oferecesse perigo. Mas porque os torcedores notaram um quê de displicência dos atletas, que continuaram mostrando um leque variado de erros, como se nunca tivessem atuado juntos.

No intervalo, um acontecimento curioso. Enquanto os jogadores desceram para o vestiário, Adílson Batista localizava-se no banco de reservas do estádio, sozinho, desolado.

Como pior do que o apresentado no primeiro tempo era impossível realizar, o Sport melhorou um pouco na etapa final. Principalmente com entrada de Brasília no lugar de Reinaldo Aleluia. Ele caiu pela esquerda, como se fosse um antigo ponta, cruzando sempre perigosamente para área. Depois, foi a vez de Fred substituir Cleiton Xavier. Incrível, mas o atleta, que nunca havia entrado num jogo do Estadual, foi o que se viu de melhor entre os rubro-negros.

Fred deixou Rinaldo, em duas oportunidades, frente a frente com o gol. Em ambas, como tem acontecido regularmente com seus arremates, o atacante isolou a bola. Aos 11, o Manchete teve a chance de fazer o seu gol, através do bom atacante Bebeto. Faltou-lhe apenas tranqüilidade para estufar a rede. Final: 0x0.