Nossos obstáculos rumo à 1º Divisão


Assim como em 2003, a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro volta a ter visibilidade. Há dois anos, Palmeiras e Botafogo jogaram a Segundona. Este ano, o tempero especial será dado, principalmente, pelos ex-Série A, Grêmio e Guarani, e pelos tradicionais times da Bahia e de Pernambuco. A 25ª edição da competição – entre 1971 e 2005, não houve disputa em dez oportunidades – reunirá quatro campeões brasileiros da 1ª Divisão. O tricolor gaúcho é bicampeão (1981 e 1996), já, Guarani (1978), Bahia (1988) e Sport (1987) venceram uma vez, cada. Nunca se viu tantos campeões fora da elite.

Dos 22 times que iniciam a corrida por uma vaga na Série A, apenas dois, estarão em 2006 no “paraíso”. No lado inverso da tabela, seis times vão brigar contra o rebaixamento à 3ª Divisão. O regulamento é igual ao do ano passado. Na primeira fase, as equipes jogam entre si, em turno único. As oito primeiras se classificam para os quadrangulares semifinais. Os dois melhores de cada grupo passam à fase final.

A mais tradicional das equipes, o Grêmio, entra como um dos favoritos. Mesmo não passando por uma boa fase dentro de campo – ficou em 5º, no Estadual deste ano –, o campeão mundial interclubes de 1983 contará com um reforço de peso. O Clube dos 13 depositará no cofre gremista a “bagatela” de R$ 7,5 milhões – 50% do que receberia, caso estivesse na elite.

Os outros integrantes do C-13 na Série B receberão uma quantia menor. Enquanto Guarani e Vitória contarão com R$ 5,5 milhões, o Bahia receberá R$ 2,8 mi. O único pernambucano remunerado pela entidade é o Sport, que fatura R$ 2,75 mi anuais, cerca de R$ 229 mil mensais.

Com a segunda e a quarta maior cota do C-13, entre os times da Série B, os rivais Vitória e Bahia, respectivamente, investem alto para voltarem à elite. Os baianos têm a maior folha salarial da competição: R$ 650 mil/mês, cada.

O certo desespero dos baianos é justificável. Pela primeira vez na história, a Bahia não terá representantes na Série A. Fato semelhante vive Pernambuco, que há quatro anos consecutivos não vê um de seus times na Primeira Divisão.

Apesar de receber a maior cota do C-13, o Grêmio adotou a política dos “pés no chão”. Os gastos gremistas não vão passar dos R$ 450 mil. Por outro lado, a Anapolina-GO gastará R$ 90 mil com seu grupo, a menor folha.

Assim como na Série A, o futebol paulista chega à Segunda Divisão com o maior número de representantes. Enquanto na Primeira Divisão, o Estado terá seis dos 22 participantes (27,7%), na Segundona, o domínio é ainda maior, com sete times (31,8%). Da Região Sudeste, São Paulo é o único a possuir clubes na Série B. Por outro lado, a Região Norte terá apenas um representante, o São Raimundo, do Amazonas.

Dentro do pelotão paulista na Série B destaque para o recém-rebaixado Guarani, com certa tradição na competição – já que foi campeão em 1981 e vice em 1991 –, e para o Santo André, atual campeão da Copa do Brasil, 4º lugar no Paulistão/2005 e um dos representantes brasileiros na Copa Libertadores da América, com chances de se classificar à segunda fase.

Os clubes paulistas, por sinal, são os que mais conquistaram títulos da Série B. Em 25 edições, foram sete conquistas. Seguidos pelos paranaenses, com quatro. Mineiros e paraenses seguem, com três, cada. O curioso é que Paraná, Minas e Pará não têm representantes.

Dos 22 times que iniciam a corrida por uma vaga na Série A, apenas cinco mantiveram seus treinadores desde o início do ano. Os campeões estaduais Santa Cruz, Vitória e Criciúma continuam com Givanildo Oliveira, Renê Simões e Luiz Carlos Barbieri, respectivamente. Mesmo sem a taça, Avaí e Paulista apostaram na manutenção de José Galli Neto e Vágner Mancini.

O único campeão estadual a perder seu técnico foi o Vila Nova-GO. Após a conquista do título, o temperamental Édson Gaúcho (ex-Náutico) pediu demissão. Hemogenis Neto o substitui interinamente na estréia.


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