Zagueiro Leo Oliveira curte vida de ‘matador’

Leo Oliveira, 26 anos, quebrou convenções no futebol pernambucano, pelo menos neste início de temporada. Depois do seu quarto gol no Estadual – ele é um dos artilheiros do Sport, ao lado do atacante Vinícius –, provou que nem todo defensor é um mero espanador de bolas. Ao contrário. Com talento, Leo cobra falta como meia, faz gol de cabeça como atacante e, quando é preciso, ainda joga na lateral esquerda e na proteção da zaga. É só o treinador precisar, garante.

Ele conta não lembrar de outro início de ano tão farto, embora afirme sempre ter deixado sua marca nos times por onde passou – Mogi Mirim-SP, Ipatinga-MG, Cruzeiro-MG e Santa Cruz. Este ano, por exemplo, já igualou o número de tentos marcados pelo tricolor, em 2004. “A tendência é que faça mais, até o fim do ano”, acredita.

Nas brincadeiras no clube, acredita-se que cabe até uma vaga para o zagueiro no ataque. Mas ele desconversa. Sabe que fazer gols não é novidade na sua carreira, mas deixa o privilégio da artilharia para os centroavantes. “Isso é com Reinaldo Aleluia, Rinaldo e Vinícius”, pondera.

A verdade é que o paraibano, de João Pessoa, no início da carreira, aos 16 anos, era meia-atacante, no Botafogo-PB. Seis meses depois, aportou no Mogi Mirim, e um treinador das divisões de base do time paulista acabou seu sonho de ser um goleador. “Ele me disse que eu era lento para jogar na meia. Aceitei. Era novo, humilde e não restou outra opção. Pelo menos deu certo”, afirmou.

Se mudou da meia para a zaga, pelo menos não deixou de ser o mesmo jogador frio, com a bola nos pés. Ele abre um grande sorriso quando fala sobre o assunto, e completa: “É como se tivesse sangue de barata”, brinca. “Um técnico, certa vez, disse-me que eu tinha era excesso de confiança. Reconheço ser muito difícil me tirar do sério, não me lembro de ter perdido a cabeça alguma vez. Existem alguns atacantes chatos, mas me seguro”, diz.

Apesar de ter confiança no seu futebol, Leo diz que ficou ansioso quando da transferência para o Sport, no fim do ano passado, após ter sido destaque da Série B, atuando pelo Santa Cruz. Não sabia se iria dar certo, como no tricolor. E logo no jogo-treino de apresentação à torcida, contra o Barcelona do Jordão, machucou-se, só estreando oficialmente contra o próprio Santa Cruz, na quinta rodada do primeiro turno. De lá para cá, não saiu mais. “Batalhei muito para chegar até aqui”, afirma.

Na Ilha, acredita, a pressão é tão grande, que sente estar rendendo mais. No teino de ontem, voltou a ficar de fora, assim como na terça-feira anterior. Mas ele tranqüiliza o torcedor: trata-se apenas de dores musculares na coxa esquerda. Assegura que hoje, estará treinando normalmente para estar bem domingo, contra o Santa Cruz.