Vinícius quer deslanchar de vez

Qual o bom atacante que nunca passou por uma má fase, perdeu gols incríveis, errou lances inacreditáveis? O centroavante Vinícius, pode-se dizer, sentiu o gosto amargo de não balançar as redes rotineiramente. Mas manteve-se tranqüilo. Domingo, contra o Serrano, fez uma partida bem ao seu estilo – com raça e determinação –, marcando o segundo gol do Sport. Era o tento da solidificação da vitória, tão sonhada pelo time. Com o senso do dever cumprido, o atleta só espera, agora, voltar a fazer gols, principal motivo de sua contratação.

O jogador interpretou o momento diferentemente dos críticos. Ele queria ajudar, de qualquer forma. Apesar dos números ainda modestos – marcou apenas quatro gols no certame –, é o artilheiro do time, ao lado do zagueiro Leo Oliveira. “Eu quero ser útil ao grupo, apenas isso. Mas, na minha opinião, tenho tido falta de sorte, principalmente dentro de casa (dos quatro gols, três foram marcados longe da Ilha do Retiro)”, analisa Vinícius.

Em outra partida, fora de casa, ele foi determinante. O Sport perdia por 2×1, para o Porto, em Caruaru, no segundo jogo do returno. Saído do banco de reservas, Vinícius entrou no combate, sofrendo um pênalti – o qual cobrou, fazendo o gol de empate – e uma falta, na entrada da área, originando o gol de Leo Oliveira.

De acordo com o atleta, a tranqüilidade no momento em que vive uma má fase vem da certeza da sua qualidade. “Sei da minha capacidade. Um dia tudo muda. Tenho certeza de que tudo vai melhorar, a partir de agora”, afirma. “Mas para dar a volta por cima, tenho me esforçado. Trabalho duro nos treinos”, diz o carioca, de 31 anos, que iniciou a carreira no América-RJ.

Mas o porto seguro do jogador é mesmo a família. Além da mulher, Patrícia, ele tem a companhia diária dos três filhos: Ludmylla (10 anos), Patryk (4) e Kayky (1). “A família é primordial nesses momentos. Se não fosse por eles, certamente estaria mais conturbado”, diz.

Vinícius vê o jogo contra o Santa Cruz, domingo, na Ilha do Retiro, como crucial para as pretensões do clube no campeonato. Mas não esquece o Náutico, embora acredite que o caminho do Sport, no turno atual, está correto. “Estamos crescendo de rendimento na hora certa. Tudo vai dar certo”, deseja o atleta.

Por outro lado, o atacante sente que travará uma partida difícil com os tricolores. E garante que vai ser o mesmo jogador voluntarioso, caso entre no jogo. Como recebeu elogios do técnico Adílson Batista, e Reinaldo Aleluia voltou a titubear, dessa vez contra o Serrano, tem grandes chances de entrar de frente. “Clássico é clássico e sei das dificuldades. Mas vou dar tudo de mim para sair com a vitória”, diz, confiante.