Coluna – A Tribuna do Leão

ABRAM ALAS


Por Adílson Gomes Filho*


Os mais pessimistas já davam como favas contadas a perda do campeonato. Os otimistas permaneciam céticos. Eis que o tão aguardado desejo se torna realidade. Demorou, é certo. Mas aconteceu. Finalmente, a máquina Rubro-Negra está engrenando. Depois de muito sofrimento no 1º turno, a torcida do Sport já começa a respirar mais aliviada no Campeonato Pernambucano. Jogando com bastante disciplina, aplicação tática e – acima de tudo – vontade, o Sport já está praticando o futebol que fascina sua apaixonada torcida, e impõe medo e respeito aos adversários. Um padrão de jogo digno de um clube centenário e de tantas tradições. Afinal de contas, por mais que possam fazer por merecer respeito, Itacuruba, Porto e Serrano, jamais poderão ser empecilho na caminhada leonina. Com o material humano que tem disponível no Sport (que não fica restrito ao grupo de atletas), restava apenas alguém com capacidade gerencial para armar o tabuleiro de forma simples e objetiva.


Um técnico que tivesse condições de exigir dos atletas contratados, tão somente, a repetição dos motivos que o fizeram desembarcar na Ilha do Retiro. Sem querer inventar a roda. Cada um maximizando suas especialidades. Ainda mais, por se tratar de um técnico que teria metade do caminho percorrido, sem ter a mesma proporção de conquista. Mérito à Diretoria, por ter encontrado alguém com esse perfil. O técnico Adilson Batista foi uma aposta ousada da Direção do Sport. Mais conhecido dentro do que fora das quatro linhas, Adilson (seis jogos depois da estréia) já parece um veterano em Pernambuco – exterminando a maior crítica que se fazia antes de sua contratação –, a de que nunca tinha passado por aqui. Hoje, pode-se afirmar, ele tem o domínio do grupo leonino. Tem na cabeça bem definido o que pode esperar de cada um do plantel Rubro-Negro. Plantel esse, diga-se de passagem, montado por seu antecessor. Talvez resida aí a receita do sucesso de sua contratação: tivessem trazido um velho conhecido, no primeiro tropeço (empate no jogo contra o Vitória), a cabeça do mesmo estaria a prêmio.


Deram a chance a Adilson Batista e ele conseguiu azeitar a equipe. Está invicto; com uma espinha dorsal bem definida; repôs com eficiência as perdas sofridas e, o mais destacável, fez a equipe reencontrar o caminho das redes. Desde sua estréia, o Sport já marcou 13 gols. Mais do que o dobro da era Heriberto da Cunha quando, na mesma quantidade de jogos, marcou-se apenas 6 gols. Sem contar que Heriberto nunca soube o que era ganhar três pontos contra Santa Cruz e Náutico. Adilson, já na estréia, bateu o Náutico com relativa folga, apesar do magérrimo placar. Portanto, não é exagero crer que o Sport vai atropelar os que cruzarem o seu caminho. A vitória contra o Porto na rodada passada tem uma carga simbólica. Fosse na era Heriberto, a equipe ficaria afobada e fatalmente seria batida com folga. O que se viu foi um time altivo e com personalidade. Com espírito de campeão. A era Adilson Batista promete. Abram alas que a Nação quer passar.


 


União
E não foi só o rendimento do time que mudou da água para o vinho após a chegada de Adílson Batista. O clima no elenco e comissão técnica é outro. No jogo contra o Porto, por exemplo, todos os integrantes da comissão técnica foram para Caruaru, inclusive os que não precisavam ir. Todos queriam estar lá para apoiar e incentivar a equipe. Trata-se de uma prova inconteste de união, respeito e confiança no trabalho.



O tempo não pára
Faltam apenas 70 dias para o Centenário do Sport e não se tem notícia do que está sendo preparado para tão importante data. O presidente da Comissão do Centenário, governador Jarbas Vasconcelos, que arranja tempo até para participar de concurso de miss, deveria atentar para o calendário.



Check-in

Espera-se que, a partir do anunciado período de férias de sua excelência, ele consiga produzir alguma notícia sobre o tema. Quem sabe, até, a programação do evento?! Sem querer atrapalhar sua viagem à Europa, governador. Longe de nós!



Resta um
Com mais duas aquisições para a lateral esquerda (Fabinho e Cléber), fica claro que alguém vai sobrar no elenco do Sport. Como Possato está no estaleiro até agosto, o prata da casa Ademar já deve ter percebido que esse alguém é ele. Com um futuro promissor, Ademar deve ser emprestado, sob pena de ficar sub utilizado (com o perdão da rima infame).



Galeria
Aposto uma unha encravada como o meia Cleiton Xavier vai entrar na galeria dos ídolos do Sport. Jogador de uma regularidade impressionante, CX chama a bola de querida. Com todo respeito.