Sport vence, mas não convence

O Sport venceu o Manchete, ontem, por 4×1, na Ilha do Retiro, na última rodada do primeiro turno do Pernambucano, jogo que valia apenas para cumprir tabela. O placar elástico não encobriu os defeitos do time, ainda bastante desentrosado. Mais: na etapa final, a equipe mostrou-se apática. Além do atacante Rinaldo, outros reforços também marcaram pela primeira vez com a camisa do Sport: o zagueiro Gláuber e os meias Lúcio e Cleiton Xavier. Para os adversários, descontou Agostinho. O Sport encerra a fase na 3ª colocação, com 16 pontos, e faz seu primeiro jogo no segundo turno, na quarta-feira, contra o Petrolina, no Sertão.


A placar elástico que o Sport impôs ao Manchete na primeira etapa – 4×0 – não condiz com o futebol que apresentou. Aliás, com a marcação do meio-de-campo desarrumada, próxima à sua área, era o representante de Paulista, time de pior desempenho na competição, que tomava conta dos espaços. Envolvia o Sport virando as jogadas e utilizando as laterais do campo com perigo. Resultado: por muito pouco, o meia Sinvaldo, aos dois minutos, e o atacante Bebeto, aos 10, não abriram o placar.


Como os deuses do futebol são implacáveis com aqueles que mostram incompetência na hora do arremate, o zagueiro leonino Gláuber, estreante da tarde, aos 10, abriu a contagem, depois de uma falha clamorosa da fraca defesa do ex-Recife.


Após o gol, o Sport continuou errando passes, mas pelo menos adiantou a zaga à intermediária, o que facilitou nos desarmes dos jogadores do Manchete, resultando em vários contra-ataques – a maioria desperdiçados. Em duas oportunidades, os atacantes Vinícius e Rinaldo, nessa ordem, perderam gols incríveis. Era como se faltasse vontade de estufar as redes. Os lances fizeram o torcedor trazer à memória o time de 2004, bom no papel, mas sem comprometimento com o clube da Ilha.


Como no futebol a bola na rede tem o dom de espantar os mais horrendos fantasmas, a torcida esqueceu os dissabores do passado ao ver a defesa do Manchete parar novamente em uma cobrança de escanteio, e Lúcio fazer o segundo gol, aos 35.


A partir daí, ficou fácil. Aos 39, Cleiton Xavier marcou um lindo tento após o cruzamento de Sérgio. No finzinho, Rinaldo deixou sua marca, a primeira vestindo a camisa do leão.


Empolgado, o torcedor já imaginava a maior goleada da competição, ao fim da etapa. Mas não foi o que ocorreu. Lentos e desprentensiosos, os atletas rubro-negros abriram a retaguarda, e o Sport tornou-se o único clube grande do Estado a tomar um gol do Coelho, este marcado aos 22 do segundo tempo, através de Agostinho. O Sport ainda criou algumas situações de gol, todas desperdiçadas pelos atacantes.