ESPECIAL: Pequenos no tamanho, enormes no amor






Eles ainda nem conseguem abrir o olho, mal aprenderam a andar e estão começando a balbuciar as primeiras palavras, mas isso não é motivo para deixarem demonstrar o “amor” pelo Sport, vestindo as cores rubro-negras. Espera um pouco, amor deles ou imposto pelos pais?

Segundo a psicóloga Tereza Giordan, “os filhos sentem-se incluídos nas vidas de seus pais, e, participando, sabem que serão aceitos e amados. Pertencer a um grupo social, de qualquer área, traz uma sensação de pertinência, de não estar só, de estar entre amigos que compartilham da mesma opinião, de poder vibrar pelas mesmas coisas”.


Mas ela alerta: “Claro que se houver fanatismo a ponto de comprometer os outros aspectos da vida, tanto do adulto, quanto da criança, aí a coisa muda de figura. Acredito que as pessoas devem ser avisadas quanto a medida certa que se deve ter, ao adotar um time e torcer por ele. E isso vai muito do bom senso e da atenção de cada um.”


 “A camisa do Glorioso foi a primeira coisa que ela viu em ‘papai’ e, para a minha alegria, já foi logo sorrindo”, afirmou Eduardo Almeida Junior, pai de Diana Emmanuela, todo orgulhoso. Dá para imaginar quantos anos tem a pequena Diana? Apenas três meses!


Do ponto de vista científico, o fascínio pelas cores do Sport tem uma explicação, pois, juntamente com o amarelo e o verde, o vermelho é uma das cores que podem bem distinguidas. Mas uma coisa que a ciência não pode explicar é o amor incondicional pelo time do coração, coisa que nem a distância pode diminuir. Eduardo é casado com uma americana e atualmente mora nos Estados Unidos. E a “corujice” não tem mesmo tamanho! “Diana já tenta tocar e beijar o escudo”, empolgou-se.


Outro bebê rubro-negro, que herdou a paixão pelas cores leoninas, é Victória. O pai, Romildo Antunes, não consegue achar uma razão lógica para o fato. “Antes mesmo de pensar em ter filhos, eu já sabia que eles seriam Sport!” E pode crer que ela era uma torcedora do Leão antes mesmo de nascer…


“Quando Victória ainda estava na barriga de minha esposa Adriana, era comum eu cantar e contar histórias para ela, todas sobre o Sport”, declarou Romildo. “Quando alguém dizia que isso não estava certo e pedia para contar um conto de fadas, a emenda saía ‘melhor’ que o soneto, pois o príncipe sempre era do Sport e a princesa usava um lindo vestido vermelho e preto”, brincou.


“Quem não quer ser um leão ou leoa quando criança? Afinal é o rei da selva , o rei do mundo”, indagou Eduardo Junior. Romildo, por exemplo, não lembra da primeira vez que foi a um jogo, no entanto, uma coisa que não consegue esquecer é o mascote do Clube da Ilha. “Recordo exatamente da sensação que foi chegar ao clube, aquele lugar lindo e imenso, com um Leão imponente bem na frente, que fascina qualquer um, além de impor respeito”, falou. “Ao entrar na Ilha do Retiro fiquei sem ação, estava completamente encantado. Eu era muito pequeno e na minha cabeça aquele era o maior lugar do mundo”, recordou.



Victória e Romildo Antunes



Victória



Eduardo e Família



Eduardo e Diana



João Victor



João Victor


A idade vai aumentando e os pimpolhos já começam a freqüentar os jogos. Nem sempre pelo Sport, algumas vezes os motivos são outros. “Para Guguinha, , as melhores coisas são a vibração da torcida, a hora do gol e do lanche”, disse Gustavo Hamilton, que, assim como o filho, começou a freqüentar o clube cedo, aos 10 anos. Mesma idade de João Victor, que, conforme explicou o pai, Rivaldo Neto, “sempre que tem jogo na Ilha pede para ir”.


Mas, e se de repente as crianças não quisessem ser rubro-negras? “É muito difícil Guguinha mudar para outro time a essa altura, pois tem personalidade forte e definida, mas caso aconteça, paciência, nem todo mundo é perfeito”, respondeu Gustavo. “Ser do Sport está no sangue”, completou Rivaldo.