Sem fôlego e perdido em campo, Sport perde

Um time torto pelo lado esquerdo, com um preparo físico ainda abaixo do normal e alguns jogadores apresentando poucos recursos técnicos. Normalmente, tal descrição caberia a uma equipe do interior, mas ela encaixou-se perfeitamente no time do Sport, que perdeu por 2×1 para o Porto, ontem, em plena Ilha do Retiro, para frustração dos quase 25 mil torcedores – público que não se viu em muitos clássicos no ano passado. O Porto mantém a liderança do primeiro turno, com seis pontos, ao lado do Serrano, mas este perde no saldo de gols.

Antes de a bola rolar, tudo foi festa. O zagueiro Sandro, que fazia sua estréia, ganhou a braçadeira de capitão, de um dos mascotes que entraram em campo com os jogadores, mas quando Wilson Souza deu início à partida, a história foi bem diferente. Alécio (meia), Marquinhos Paraná e Fábio Silva (atacantes) foram os homens que levaram pânico à defesa leonina e bem, cedo, aos sete, já conseguiam o gol. Alécio tabelou com Marcos e este entrou na área sozinho para bater de pé esquerdo no canto direito de Maizena.

Os mais otimistas viram nisso um retrato do jogo com o Petrolina, domingo passado, quando o Sport começou perdendo, mas virou para 3×1. E essa tese ganhou mais força aos 12, quando, numa rara jogada pela direita, Sérgio chutou forte, Genílson espalmou e Miguel mandou a bola a escanteio. Na cobrança de Brasília, Sandro cabeceou: 1×1.

Era a senha para o time rubro-negro partir para cima. E até que isso aconteceu, mas de maneira errada. Com dois jogadores canhotos no meio-de-campo (Doriva e Diego), mais um atacante (Brasília) e Possato (lateral-esquerdo), Sérgio, do outro lado, transformou-se quase num espectador privilegiado. Isso quando seus companheiros estavam atacando, pois na hora em que o Porto descia pelo seu setor, também não aparecia muita gente a auxiliá-lo.

Construir algo, só aproveitando os erros do adversário. E isso aconteceu aos 26, quando Possato aproveitou a saída errada do Porto para lançar Vinícius. Na marca do pênalti, o atacante dominou e chutou em cima das pernas de Genílson. Aos poucos, o Porto foi acertando seu jogo e se aproveitando da limitação do Sport e a má jornada de Doriva no meio-de-campo – sem força tanto para sair para o ataque quanto para ajudar na marcação – e Brasília – apresentando muita dificuldade para dominar a bola.

No segundo tempo, a situação piorou para o Leão. Se o time já mostrava desgaste físico, teve que correr ainda mais para compensar a expulsão de Pedro Neto, aos dois minutos, por ter recebido o segundo cartão amarelo no jogo. O Porto aproveitou-se e passou exatos dez minutos jogando no campo de um Sport apático. A pressão transformou-se em gol aos 25, numa tabela de Fábio Silva com João Neto. Este último bateu forte, frente a frente com Maizena: 2×1.

O técnico Heriberto da Cunha mexeu no time, mas o que ganhou em troca foi o coro de ‘Burro!’ da torcida, inconformada com a troca de Vinícius por Danilo Goiano. Aos 32, Genílson pegou a bola, largou e pegou de novo, o que é proibido. Wilson marcou a infração em cima da linha da pequena área. Sandro chutou forte, Romildo também, mas a bola parou na barreira armada pelo Gavião em cima da linha fatal.

Foto: Márcia Mendes/JC Imagem