Roupas limpas? Fale com as tias

Todas as vezes que o Sport entra em campo para uma partida oficial ou para treinar, a torcida percebe e comenta o brilho dos uniformes leoninos. O que muita gente não sabe é que, por trás daquelas camisas, não há apenas jogadores. Afinal de contas, para que as roupas fiquem limpas e bonitas aos olhos do torcedor, é preciso estar lavada e devidamente engomada, digna de um clube do porte do Leão. É aí que entram em ação Dilma Ferreira e Fátima Aprígio, as lavadeiras do Rubro-negro. Como verdadeiras formiguinhas, elas trabalham de forma operária para proporcionar o bem estar aos jogadores leoninos.

Dilma e Fátima, ou simplesmente as “tias” da lavanderia, trabalham no Sport há 10 e 5 anos, respectivamente. Sempre com muita satisfação, trabalham em horário integral e chegam a lavar cerca de 800 peças de roupas por dia, auxiliadas por quatro máquinas – uma de lavar, uma de centrifugar e duas de secar. “Lavamos todos os materiais: meia, calção, camisa de treino e de jogo. E de todos os departamentos”, comentou Dilma. Em todos os departamentos, entenda-se por materiais do futebol e amador, hóquei, basquete, vôlei, remo, futsal, sauna, e concentração.

A lavanderia rubro-negra fica localizada embaixo das sócias, perto do placar. É um lugar quente e abafado, mas nem por isso elas ficam insatisfeitas. “Gostamos muito do que fazemos, o que já facilita”, disse Fátima. Elas gostam tanto do local que o tempo passa sem que elas percebam. “Quando nos damos conta, já está na hora de ir embora”, afirmou Fátima. Além disso, elas são amigas de longa data, o que facilita a convivência. No clube, elas fazem questão de idolatrar o presidente Severino Otávio, o Branquinho. “Ele é demais. Uma pessoa séria, que adoramos”, disse Dilma. Se tivesse dez pessoas iguais a Branquinho, o mundo seria melhor”, completou Fátima.

Ao chegar em casa, advinha o que fazem? Lavam roupas. “Passamos o dia fora de casa, trabalhando, mas também somos donas de casa. Temos que cuidar do marido e dos filhos”, afirmam. Por falar em filhos, elas são verdadeiras mães de alguns jogadores. Muitos deles têm na lavanderia um refúgio nos momentos de dificuldades. “Conversamos muito com os jogadores. Quando menos esperamos, eles chegam e começam a conversar conosco. Em 2004, por exemplo, o Sport esteve muito mal. Muitos jogadores que não estavam nem ai para a situação do clube, mas outros vinham para cá e choravam por conta situação”, revelou, sem citar nomes.

E assim é a rotina de Dilma e Fátima: lavar roupa todos os dias, sem parar. “Incorporamos ao nosso cotidiano. Além do mais, vir para o Sport todos os dias não é mais um trabalho, é um prazer. Afinal de contas, pelo Sport tudo!”, afirmou Fátima, rubro-negra desde pequena. “Passamos mais tempo aqui que em casa. Fico muito feliz quando um jogador pega uma roupa cheirosinha”.