Um brinde… E um copo para Gil Baiano

Por Adelmar Bittencourt*

Cabeção me ligou nesse domingo e veio com essa: “Rapaz, tu agora és adivinho, é? Que tal me dizer os números da Mega Sena da próxima semana?”.

O velho Cabeça se referia à desclassificação da terceira maior equipe de Pernambuco, ocorrida no sábado. Eu vinha trombeteando o que todo mundo – da torcida à imprensa esportiva – julgava impossível: que eles não chegariam à Primeirona, acumulando mais uma primavera à já extensa permanência na Série B (10 anos, se você esqueceu).

Minha gente, será que todo mundo estava cego e só eu via a verdade? Não adianta ter um time com um certo nível técnico e não ter camisa vestindo esses atletas. Da mesma forma como uma camisa forte como a nossa operou o milagre de evitar a queda à Terceirona, dada à quantidade de jogadores medíocres que defenderam o Sport neste ano. O problema do terceiro time de Pernambuco é exatamente esse: falta camisa, aquele manto de onde se tiram forças para reagir nos momentos adversos. Nada mais explica tantas amareladas. Aí você me pergunta: “E os últimos títulos ganhos por essa equipe?”. Resposta fácil: em cima de um freguês histórico, de um irmão de sangue que, apesar de perder fica feliz, é muito fácil. Difícil é fazê-lo em cima do “real” adversário, e isso eles não fazem há quase 40 anos.

Como bons obcecados que são pela instituição “Sport Club do Recife”, os adeptos do terceiro time, mal curtiram a ressaca, já estão sonhando com o ano do NOSSO centenário. Nada mais previsível. Por mais que eles teimem em negar, o Sport é um norte em suas vidas, algo a ser copiado, igualado, vencido. As vitórias sobre nós têm um inegável gostinho especial se comparadas àquelas obtidas em cima do tradicional irmão. Essa pode ser uma causa para o fracasso da equipe na Série B: sem o Sport por perto, de que adianta o esforço? Primeira Divisão? Pra quê? O Sport ficou; então, vamos ficar também.

Como vocês viram, 66,666…% das minhas previsões se confirmaram. O Sport Club do Recife não caiu para a Terceirona, como tanto alardeavam os Outros. E metade desses Outros já parou pelo caminho. A outra metade não tarda a parar. Palavra de Adelmar.

Um brinde à imensa família rubro-negra. E um copo para Gil Baiano.