Dinho deixa vôlei estadual de luto

O treinador de vôlei Eduardo Monteiro, Dinho, como era mais conhecido, foi enterrado ontem, no Cemitério de Santo Amaro. Ele morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória na noite de quarta-feira, durante um treino na quadra do Sport. O treinador, que estava compondo a equipe master de Pernambuco, que disputará o Campeonato Brasileiro da categoria no próximo mês, tinha 46 anos e sofria de problemas cardíacos.

O enterro foi marcado por uma grande comoção. Alunos, atletas, dirigentes, amigos e familiares prestaram sua última homenagem ao esportista, que atuava tanto na quadra quanto na praia. “Não dá para entender. Treinamos normalmente até as 11h de ontem (quarta-feira) na praia e ele estava como sempre foi: alegre e disposto”, comentou o jogador Lula, que ao lado de Adriano era treinado por Dinho há dez anos. “Conheço-o há muito tempo e posso dizer que o vôlei corre um sério risco de acabar em Pernambuco. Um treinador como ele, que briga pelo atleta, que vai buscá-lo em casa, não existe mais”, completou.

De acordo com Fernando Guilherme, um dos jogadores que estavam na quadra do Sport durante o treino, Dinho não se queixou de nenhuma dor ou incômodo. “Ele chegou cedo, estava empolgado com o Campeonato Brasileiro, cheio de projetos. Estava como sempre esteve”, afirmou. “Não reclamou de dor, nem de nada. Num minuto estava bem, no outro caído, fazendo esforço para respirar.”

O treinador foi levado às 21h40 para o Hospital São Marcos, mas, de acordo com nota oficial publicada pelo hospital, já chegou sem vida. A nota afirma que todos os procedimentos de ressuscitação foram feitos e após todas as tentativas foi atestado o óbito, às 22h40.

“Há mais ou menos cinco anos Dinho teve que passar por duas cirurgias por causa de problemas cardíacos, algo por causa de entupimento das veias”, explicou Celso Assumpção, treinador e amigo de muitos anos. “De lá para cá, levou uma vida normal, sempre preocupado com os medicamentos e a alimentação”, completou Assumpção.

Devido ao horário e à forma como faleceu, as comparações com o jogador Serginho, do São Caetano, que também sofreu uma parada cardíaca que o levou a morrer no jogo contra o São Paulo, foram inevitáveis. “Eu estava em casa justamente vendo o jogador ser levado para o hospital quando me ligaram para falar sobre Dinho”, contou Lula, lembrando que a única diferença é que Dinho já havia tido problemas no coração.

“Outra coisa que tem que ser levada em consideração era o estilo de vida estressante que Eduardo levava. Apesar de controlar a alimentação e seguir a medicação, era uma pessoa muito envolvida com os problemas das equipes e dos atletas que comandava”, avaliou Lula. “Houve uma ocasião, na final de uma etapa do Circuito Banco do Brasil, em 2001, que a gente ficou com medo que tivesse um troço, de tão nervoso que estava. Ele realmente vivia o vôlei.”