A gente se vê em 2005… No mesmo lugar

Por Adelmar Bittencourt(*)

Se eu disser para vocês que é normal estarmos apenas assistindo aos “Outros” jogando, enquanto curtimos férias forçadas, estaria mentindo. O usual de um clube como o Sport é disputar títulos sempre e não se contentar em ser o vice-campeão do torneio Austragésilo Mangabeira de 1942, como os “Outros”. Mas as nossas férias são fruto das lambanças da diretoria, e não maculam a tradição do Sport Club do Recife e da grande massa rubro-negra (só para lembrar: a segunda maior do Nordeste e, disparado, a maior de Pernambuco).

Pois é, e do conforto da minha poltrona eu tenho apenas ratificado tudo que eu já pregava que iria acontecer. Em primeiro lugar, os “Outros” tiraram muita onda enquanto estávamos lá embaixo na tabela. Era um tal de “Terceirona” pra lá, de “Eco Sport Rebaixado” para cá. Como eu dizia o tempo inteiro, não caímos. Deixamos o privilégio de ter conhecido a Terceira Divisão para um determinado clube local, acostumado a ser terceiro em tudo (títulos, torcida, patrimônio etc).

Doeu neles todos, eu sei. Para os “Outros”, a queda do Sport seria a maior glória já alcançada em suas vidas. Vi adeptos das duas agremiações co-irmãs fazendo contas amalucadas para que o Leão descesse, ligando para as rádios para dizer que ainda havia a possibilidade, que era preciso não perder o ânimo, entre outras coisas. Deve ser por isso que “Eles” ainda não convenceram nesta segunda fase. Um não está nem tão ruim assim, pois conseguiu se embolar lá em cima. Mas não chega, escrevam o que eu digo. O time é fraco que dá pena e sem receber há dois meses, amigos, já já vai ter zagueiro “perdendo” dividida, goleiro “falhando” e atacante “errando gol feito”.

Já o outro, meu Deus do Céu, entrou com uma goga do tamanho do mundo e ainda não marcou um golzinho sequer. Esse está praticamente enterrado; só falta alguém para desligar a máquina que o mantém vivo, coisa que o Bahia deve se encarregar de fazer nesta sexta-feira.

A vida não é engraçada? A última risada, quem diria, pode estar nos nossos lábios. E aí a gente vai se encontrar em 2005; todo mundo na mesma.