A dura realidade da desclassificação

Para um clube como o Sport, quase totalmente dependente do futebol, ser desclassificado da Série B do Campeonato Brasileiro dois meses antes do fim da competição, é sinônimo de desastre financeiro. A eliminação antes do tempo – a primeira vez desde que a equipe caiu para a Segundona em 2001 –, além de gerar incertezas, atinge os cofres do clube. Pelas contas extraoficiais dos diretores, a perda chega a pouco mais de R$ 1,2 milhão.

A contabilidade é simples. Sem chegar aos dois quadrangulares, referentes às finais da competição, o Sport deixou de realizar seis partidas na Ilha do Retiro, onde a renda média, através da venda de ingressos, é de R$ 50 mil, totalizado R$ 300 mil. Sem jogo, o clube não vende espaços publicitários do campo – os prismas – e não atrai patrocinadores na reta final da Série B. Ou seja: outra perda, calculada pelo presidente Severino Otávio, o Branquinho, em cerca de R$ 400 mil.

“Ainda existem perdas indiretas, como os rendimentos dos bares. Cada um deles rende, em dia de jogo, cerca de R$ 8 mil reais”, explica Branquinho.

Apesar das dificuldades, a intenção do presidente é encerrar o mandato com os salários do futebol e do administrativo em dia. Como? A venda dos outros 50% dos direitos federativos do meia Cléber – algo em torno de R$ 1,5 milhão, em dez parcelas –, ao Vitória, da Bahia, há dois meses, é um dos alicerces financeiros do dirigente. O Sport ainda recebe as parcelas de R$ 137 mil a que tem direito do Clube dos 13. “E por aí vai. Quando alguma coisa atrasa, vou atrás de dinheiro para sanar as dívidas”, diz.