Nildo finalmente pede para sair

Uma história de amor e ódio que durava seis anos encerrou-se, na Ilha do Retiro. Ontem, o meia Nildo, que atuou 256 vezes com a camisa do Leão, marcando 78 gols desde que chegou no clube, deixou o quadro de profissionais do Rubro-Negro. Ele pediu ao presidente Severino Otávio, o Branquinho, que o liberasse sob o argumento de que não agüentava mais a pressão da torcida, que o elegeu um dos pivôs da crise que assola o Sport desde o início do ano.

Outra razão para Nildo pedir suas contas foi de ordem familiar. O atleta contou aos dirigentes e ao técnico Heriberto da Cunha que sua mulher e seus filhos estariam sofrendo toda a sorte de humilhações, por causa do atual momento do clube. Nildo apenas treinou fisicamente, nas máquinas do vestiário leoninho, e não quis comentar sua decisão.

O jogador iniciou, ontem, negociações com o Atlético Paranaense por intermédio do empresário Nivaldo Gomes, ex-jogador do Sport na década de 70. Chegou-se a especular durante o dia que o meia defenderia o Vitória, da Bahia, clube atualmente comandado pelo técnico Hélio dos Anjos, ex-Sport, um fã incondicional do talento de Nildo.

“Nildo conversou conosco, expôs a sua situação. Não faltou empenho da parte dele no time, mas ele deixou claro que a sua família não estava mais podendo, ao menos, ir ao shopping, e seus filhos sofriam com os colegas de classe, sendo pressionados pelo fato de o Sport estar passando por essa situação. Foi bom para ele e para o Sport”, afirmou o diretor de futebol Otávio Coutinho.

De Heriberto da Cunha, Nildo escutou exatamente o que queria ouvir. O treinador deixou claro que de nada adiantava ele ficar no Sport, se não estava se sentindo bem. “Ele me disse que o seu momento no Sport tinha passado. Eu respondi que no futebol tem de ter prazer para poder executá-lo bem”, afirmou.