Debandada é ótima para Leo e Diego

A debandada de jogadores do Sport, iniciada por Nildo, que pediu dispensa na última quinta-feira, Jean Carlos, demitido no mesmo dia, e Robgol, outro a pedir suas contas, só que na sexta-feira, pode beneficiar os atletas forjados no próprio clube, principalmente dois destaques da nova geração, os meias Leozinho e Diego. Ambos de 17 anos.

Claro que os garotos se dizem ressentidos pela ausência dos três atletas, todos mais experientes, porém reconhecem que podem figurar a qualquer momento no time titular, nos últimos três jogos do Rubro-Negro na Série B do Campeonato Brasileiro (CRB, Anapolina e Paulista), até mesmo porque, atualmente, Canela é o único no setor de criação.

O técnico Heriberto da Cunha diz que a presença dos dois garotos é sim uma realidade, principalmente a de Leozinho, que desde o início do ano procura se afirmar no time titular. No Campeonato Pernambucano, ele fez cinco gols, ficando atrás apenas de Nildo, artilheiro da equipe, com seis. Na Série B, ainda não se encontrou. Por outro lado, no mês passado, esteve em duas oportunidades vestindo a camisa da seleção brasileira sub-20.

“É uma pena que os três companheiros tenham saído do elenco. Mas agora só depende do técnico nos colocar para jogar. Estou tranqüilo. Se a oportunidade aparecer, espero me dar bem. Essa é a intenção de quem se prepara para ser um jogador de futebol”, afirmou o jogador.

Segundo Leozinho, o futebol não tem segredo, principalmente quando um jovem talento entra em campo com total apoio do técnico. “Vai acontecer naturalmente. Espero que a partir daí possa mostrar meu valor”, diz. Até mesmo, de acordo com Leo, para que possa voltar a ser convocado pela seleção canarinha, que disputa o Sul-Americano, no início do próximo ano, valendo vaga para o Mundial da categoria, em 2005.

Dos dois, Diego é talvez o que tenha menos chance de entrar nas três partidas restantes, visto que está sendo trabalhado individualmente para ganhar mais massa muscular.

Mas Heriberto não descartou totalmente a sua utilização. Nem que seja para colocá-lo no banco de reservas. Apesar da idade, no entanto, Diego diz não temer, caso seja acionado numa prova de fogo.

“Um dia vai ter de acontecer e um atleta tem de estar sempre bem preparado. É o meu caso. Estou bem fisicamente e sei que dá para realizar um bom trabalho. A estréia um dia vai acontecer. Ainda nesta competição ou no próximo ano. Existe o receio, mas isso é normal”, diz o aspirante a craque da Ilha.

Mostrando maturidade, Diego, que é torcedor do Sport, diz que o futebol ensina que, na falta de técnica, os jogadores mais novos, formados na ‘casa’ leonina, podem superar os desafios com garra e ‘pulmão’. “Além de ter iniciado aqui, torço pelo Sport, e, na hora em que as coisas estão ruins, colocamos o coração na ponta da chuteira para tentarmos reverter a situação”, encerra o jogador.