Sport perde o clássico das multidões

Durante toda semana, jogadores de Sport e Santa Cruz definiram: “Clássicos são decididos nos detalhes, nos erros dos adversários”. Eles estavam corretos. A qualidade técnica passou longe do jogo de ontem, entre os maiores rivais pernambucanos, mas numa ‘batida de cabeça’ do setor defensivo do Leão, a Cobra Coral chegou ao gol da vitória, por 1×0, na Ilha do Retiro, tento marcado pelo atacante Carlinhos. A partida teve também a arbitragem sofrível de Patrício Souza, que enervou demais os jogadores, cometeu erros primários e não coibiu a violência.

O resultado não poderia ser melhor para o Santa Cruz, de volta – e bem colocado – ao grupo dos oito, na sexta posição, com 25 pontos. O Tricolor volta a jogar pela Série B, na próxima sexta-feira, contra o Avaí, no Arruda – existe a possibilidade de os dirigentes baixarem os preços dos ingressos. Já o Sport, continua no 14º lugar, com 20. O próximo embate do Leão é contra o Ceará, em Fortaleza, também na sexta.

Sport e Santa Cruz entraram em campo com apenas um intuito: marcar forte. E fizeram bem. Tanto que o jogo foi o mais truncado dos últimos tempos entre as duas equipes. Os belos lances, como não poderia deixar de ser, foram trocados pelas faltas em demasia. Não foi à toa, no afã de tentar conter a violência – diga-se, sem sucesso –, que Patrício Souza distribuiu 14 cartões amarelos.

Os atacantes de ambos os lados, que podiam fazer a diferença, ficaram isolados na frente. Só os atletas mais habilidosos – no Santa Cruz, Carlinhos e Rosembrick, e no Sport, Nildo – apareciam com alguma qualidade na realização das jogadas.

O primeiro lance digno de registro foi do lado rubro-negro, através de Danilo Santos. Ele arrematou forte de fora da área, mas Guto, bem colocado, encaixou a bola com firmeza. Aos 26, a melhor oportunidade do Sport. Luciano Baiano cruzou para a área, e Robgol ajeitou de peito para Danilo. De frente para a meta, o atacante, ‘salvador da pátria’ em partidas anteriores, chutou a bola por cima do travessão.

A resposta do Santa Cruz foi tímida. Xavier foi acionado na esquerda, e cruzou perfeito para Finazzi, que cabeceou. Maizena se esticou e fez uma bela defesa.

O ERRO E O GOL – Aos 45, Élder recebeu o segundo cartão amarelo por reclamação e foi expulso, deixando todo o time nervoso. Quando tudo indicava um empate insosso na etapa, Cleisson e Marcão erraram feio. Carlinhos, veloz como o vento, interceptou a bola, driblou o lento Edgar, entrou na área, esperou Maizena sair do gol e chutou sem defesa: 1×0.

O Sport voltou para a segunda etapa com uma modificação: Canela no lugar de Jean Carlos. Logo no início, a equipe estava atordoada, e o Santa Cruz aproveitou, fazendo um inteligente jogo de toque de bola. Com a subida de produção dos rubro-negros, mais uma postura inteligente da equipe tricolor, que se fechou bem e esperou o vacilo do adversário.

O primeiro lance de perigo aconteceu aos seis minutos: Carlinhos soltou uma bomba de fora da área, assustando Maizena.

O Sport acordou aos 10 minutos. Não que apresentasse um futebol vistoso, mas embalado pela torcida, foi para o ‘tudo ou nada’, em busca do gol de empate. Aos 26, com a incompetência dos leoninos, quase o coral Valença ajuda o inimigo, fazendo um gol contra.

Aos 29, Nildo perdeu a melhor oportunidade de gol da partida. Ele entrou na área em diagonal, chegou pertinho da barra, tinha a chance de cruzar em direção ao miolo de zaga, mas preferiu chutar. A bomba do meia acabou explodindo na trave de Guto, para desespero da torcida leonina, e alívio dos tricolores.

O último suspiro do Leão foi aos 45. Ricardinho tentou cruzar na área, a bola mudou a trajetória, e raspou a trave de Guto. A vitória do Santa estava consolidada.