Com otimismo

Por Adelmar Bittencourt*

Estava eu, ontem, saindo da Ilha do Retiro, obviamente feliz por mais uma vitória do Leãozinho, quando me toca o celular. Cabeção, lógico. “Taí pra você! Olha a gente aí! Você escreveu que a nossa meta é se livrar do rebaixamento, e eu estou pensando é na classificação! Seja otimista, seu p….!!!”. Nada mais que um desabafo do grande amigo Cabeça.

Eu sou otimista, Cabeção! Depois do que eu vi ontem na Ilha do Retiro, sou obrigado a sê-lo! Ou há três rodadas você imaginaria que Robson batesse um pênalti e o goleiro, com a bola dominada, a colocasse para dentro? Acho que aconteceria de a bola bater nas duas traves, na cabeça do goleiro, e aí chegaria um zagueiro espanando pra longe.

O futebol desses três últimos jogos vitoriosos pode não ser aquele que nós esperamos de um clube da grandeza do Sport, mas o time está mordendo, jogando com raça e sem o peso da nuvem negra de outrora. Mas há deficiências evidentes e que precisam ser corrigidas com rapidez. Alecsandro é a primeira delas. Se alguém tinha alguma dúvida sobre a viabilidade dele na Ilha, dissipou-a nessa terça. Não há qualquer clima entre o atacante e a torcida, e Alecsandro não mostra a menor vontade de acertar em campo. Saiu aos 30 minutos do primeiro tempo para a entrada do salvador Danilo Santos, que deu outra cara ao ataque.

Se Jean Carlos agüentasse jogar 90 minutos seria bastante útil. Quando está em campo, leva perigo ao adversário, mas é fadado a cumprir apenas o primeiro tempo. Nessa terça Heriberto colocou Canela mais uma vez no lugar de Jean. E que grande jogador é esse Canela. Veloz, aguerrido, sabe proteger a bola, cruza bem e ainda finaliza. Mudou completamente a forma com que o time sai com a bola para o ataque.

E Nildo, o sempre criticado Nildo, teve uma atuação impecável. Sofreu o pênalti (que drible no zagueiro, hein?), errou poucos passes e até marcou a saída de bola do Joinville. Digam o que disserem – ele é indispensável para o Sport. Robson pode estar devendo gols, mas tem dado passes importantes (a cabeçada para Canela que resultou no gol de Danilo) e brigado bastante. Por mim não sai do time.

Um dos problemas do Sport, na minha modestíssima opinião, é a marcação. Apesar dos dois excelentes volantes (Cleisson e Hélder), sempre existem meias adversários soltos para armarem jogadas, talvez porque os nossos meias de ligação (Nildo e Jean Carlos) não sejam lá sumidades nos quesitos “marcação” e “velocidade para voltar depois de perder a bola”. E as bolas altas, sempre elas, continuam a semear pânico na nossa defesa e torcida.

Domingo, Dia dos Pais, tem o Papai da Cidade jogando na Ilha contra a 2ª maior equipe do Estado. Você vai? Eu e mais vinte mil rubro-negros vamos. Ah, ok. Então a gente se encontra lá.