Ceará vive dia de muitas cobranças

O Ceará viveu ontem um dia atípico, em meio à crise que se assolou em Porangabuçu. O treino coletivo do time realizado à tarde, no Estádio Carlos de Alencar Pinto, foi paralisado pela invasão de torcedores da Cearamor – torcida organizada do clube -, que exigiram mais empenho dos atletas em campo. Após a prática, comissão de atletas subiu até a sede administrativa para cobrar dos dirigentes a promessa feita para se pagar uma folha salarial em atraso.

Decorriam 29 minutos do coletivo quando um grupo formado por 17 integrantes da Cearamor entrou no gramado do Vovozão de surpresa, soltando fogos de artifício para o alto. Atônitos, os jogadores assistiam a tudo, enquanto os torcedores se dirigiam para o centro do campo, onde estenderam uma faixa da Cearamor e pediram ao técnico Arnaldo Lira para falar com os atletas.

Numa conversa pacífica que durou apenas seis minutos, eles exigiram mais empenho. “Gostaríamos que vocês atuassem da mesma forma como nós vibramos nas arquibancadas”, disseram.

Os manifestantes frisaram que aquela era uma “visita” ordeira e que estavam ali para pedir a eles mais compromisso. “Nós acreditamos em vocês mas é preciso que provem isso dentro de campo, nos colocando de volta no G-8”.

Torcedores que estavam nas arquibancadas desaprovaram com vaias a invasão. Após o treino, Arnaldo Lira ressaltou que o gesto pode vir a ajudar o time na próxima sexta-feira, contra o Sport. “Só questiono a forma como foi feita a coisa. Eles poderiam ter comunicado antes para não atrapalhar o coletivo”.

Uma comissão formada pelos jogadores Marcelo Silva, Claudinho Baiano, Maxsandro, Renato Carioca, Paquito e Marquinhos Rosa subiu até a sede administrativa, no final do expediente, para cobrar a promessa de pagamentos de salários atrasados.