Duas vitórias para deixar os adversários tremendo

Por Adelmar Bittencourt*

Se eu estou surpreso com a segunda vitória consecutiva do Sport? Claro que não. Como eu já tinha cantado a bola na coluna anterior – continuo cantando para as próximas – dá para ir atrás dos pontos nos próximos jogos.

O que me surpreende, de forma agradabilíssima, obviamente, é a forma como ganhamos do Londrina. Cá entre nós: dois gols de Ricardinho é pra soltar fogos, né? E mais: o primeiro tento saiu de uma forma espírita, como se toda uruca pela qual passamos até então tivesse resolvido mudar de lado. Ainda bem, pois azar tem limite.

As duas vitórias redentoras tiveram o dedinho de Heriberto, pois todos os gols foram marcados por jogadores saídos do banco de reservas: Canela, Danilo Santos e o “Boi Brabo” Ricardinho. A pergunta que fica é óbvia – “Não seria a hora desses caras virarem titulares?”. Sim e não. Expliquemos porque.

Por mais que falem mal de Robson, ele ainda é um referencial dentro da área, e não pode ser sacado dessa forma. Alecssandro sim, não tem rendido o esperado, e por mim dava lugar ou a Canela ou ao próprio Danilo. Dessa forma o time teria um homem de área e um velocista, que jogaria mais com a bola dominada, inclusive pelas pontas.

Nildo é aquela murrinha de sempre. Uma hora dorme em campo e erra passes de um metro, mas na outra desequilibra e decide o jogo. Dá pra esperar por ele? Acho que não. Melhor seria colocar um jogador mais regular (o próprio Canela, e aí Danilo formaria dupla com Robson).

Jean Carlos, enquanto tem fôlego, joga bem e leva perigo aos adversários. Quando ele se cansar – fato constante, vale ressaltar – é colocar Leozinho e pronto. O elenco do Sport é bom e dá margem a essas opções. Dos volantes nada a falar, ou você ousa duvidar de Cleisson? Hélder ainda está sem ritmo de jogo, mas dá para ver que imprimiu qualidade à saída de bola do time.

O problema do Sport é ter dois laterais fracos, e com isso, duas alternativas a menos de ataque. Não tem quem me convença de que Luciano Baiano tem tesão de jogar aqui, e ele deixa isso claro toda vez que erra passes e cruzamentos bobos.

E Marcão, bem, é Marcão. Raça de sobra, mas técnica na proporção inversa. Repito: sem laterais o time tem uma opção a menos lá na frente, diferente de quando tínhamos Russo e Dutra, por exemplo. Da zaga eu não falo nada, e muito menos do melhor goleiro do nordeste.

Bem, é isso, crianças. Umas mudancinhas aqui, outras acolá, e a gente vai longe. E já ouvi dizer que tem gente preocupada com o renascimento do Sport. Gente que sabe o quanto se inflama a massa rubro-negra numa hora dessas, e que já tremeu bastante ao ver o manto vermelho-e-preto em campo. A esses um aviso: estamos chegando!