Pedreira – Santo André/SP mostra força e se classfica na Copa do Brasil

O Santo André está na final na Copa do Brasil. Em um jogo marcado pela raça e superação dos jogadores do Grande ABC, o Ramalhão venceu de virada o XV de Novembro de Campo Bom (RS) por 3 a 1 e garantiu seu lugar na decisão do torneio conhecido como ‘o caminho mais curto para a Copa Libertadores da América’. O jogo foi realizado nesta quarta-feira, no estádio Olímpico (Porto Alegre).

A missão do Santo André definitivamente não era a das mais fáceis. Na partida de ida, no estádio do Pacaembu (SP), a defesa do clube paulista não se acertou, bateu cabeça e o Ramalhão acabou amargando uma derrota por 4 a 3. Com o resultado, a vitória por dois gols de diferença passou a ser, além de uma obrigação, uma tarefa árdua.

No entanto, a história do time comandado pelo jovem técnico Péricles Chamusca dava confiança ao torcedor. Nas quartas-de-final, depois de empatar por 3 a 3 com o poderoso Palmeiras dentro do estádio Bruno José Daniel (Santo André), o time foi até o Parque Antártica e arrancou a classificação com um emocionante 4 a 4. O segundo exemplo aconteceu no primeiro jogo contra o próprio XV. Depois de estar perdendo por 4 a 1, a equipe correu atrás do placar e conseguiu diminuir a vantagem gaúcha para 4 a 3.

No momento em que o Santo André adentrou ao bom gramado do estádio Olímpico, casa do tradicionalíssimo Grêmio, o torcedor percebeu uma mudança de última hora na escalação e no esquema tático do time. Ao invés de atuar no 3-5-2, como nas últimas partidas na Série B do Brasileiro, o Ramalhão adotou o tradicional 4-4-2, com o zagueiro Alex voltando ao time e atuando na faixa esquerda do gramado. Com esta formação, Nelsinho acabou sacado do time e Romerito foi avançado para jogar no meio-campo ao lado de Élvis.

Quando a bola começou a rolar, o XV de Novembro não quis saber de jogar com o regulamento debaixo do braço e partiu para cima do Santo André. A equipe da região tentava tocar a bola no meio-campo e não se afobar na hora de criar as jogadas ofensivas.

No entanto, a tática da tranqüilidade não surtiu efeito e os donos da casa abriram o placar aos nove minutos. Após cruzamento da esquerda do ataque gaúcho, Belmonte se antecipou à marcação de Dirceu e, de peixinho, tocou de cabeça. A bola morreu no fundo da rede do goleiro Júlio César – conhecido por ser muito parecido fisicamente com o polêmico meia Marcelinho Carioca.

Atrás do placar, o Ramalhão deixou a ‘calmaria’ de lado e partiu para o ataque de forma desordenada. Desta maneira, quem se aproveitou foi o XV de Novembro, que voltou a ameaçar aos 12 minutos. Canhoto, que realizava boa partida, arriscou de fora da área. A bola, caprichosamente, passou raspando o poste esquerdo de Júlio César.

A primeira real chance do Santo André marcar e empatar a partida aconteceu somente aos 20 minutos. O lateral-direito Da Guia desceu em velocidade e alçou a bola na área. O centroavante Sandro Gaúcho, livre de marcação na segunda trave, mergulhou de peixinho. Apesar da testada ter sido firme, o arqueiro Marcelo Pitol estava bem colocado e executou a defesa sem dificuldades.

A chance andreense não assustou os donos da casa, que continuaram pressionando. Aos 34, Marcelo Muller desceu pela esquerda. Quando chegou à linha de fundo, ele cruzou e Dauri mergulhou para tentar fazer o segundo tento do XV na noite. No entanto, o centroavante foi atrapalhado pela marcação do capitão Dedimar e não concluiu a jogada.

Aos 40 minutos, o Santo André castigou o XV. Após lançamento de Élvis na grande área, Sandro Gaúcho dominou a bola no peito e foi em direção ao gol. Quando ameaçou tocar na saída do goleiro, ele driblou um marcador e o próprio arqueiro Marcelo Pitol. Com o gol livre, Sandro deu o ‘toque do matador’ e empatou a partida em 1 a 1.

Quando parecia que a igualdade era um bom resultado para os dois times, Alex, do Santo André, quase presenteou a torcida local. Ao tentar sair jogando, ele perdeu a bola para Dauri, que avançou livre para marcar. No entanto, o defensor da região se recuperou e travou o chute do experiente atacante. A bola acabou sobrando para Belmonte, que na hora de finalizar mandou a bola para a arquibancada.

No segundo tempo, o Santo André voltou aceso. Logo aos cinco minutos, Élvis cruzou a bola na área e ele, Sandro Gaúcho, novamente livre de marcação, tocou de cabeça para colocar o Ramalhão na frente do placar. Porém, o 2 a 1 não garantia os comandados de Chamusca na decisão da Copa do Brasil.

O auxiliar técnico do Ramalhão, o ex-jogador Sérgio Soares, passou a incentivar os seus companheiros para marcar o gol da classificação. A motivação contagiou a jovem promessa Makanaki, que substituía Osmar e realizava uma boa apresentação. Aos 18 minutos, depois de escanteio pela direita, a bola atravessou toda a área e sobrou para a revelação andreense, que de primeira, tocou no canto esquerdo de Marcelo Pitol.

A pressão de construir o placar, que estava nas costas do clube do Grande ABC, passou a castigar o XV de Novembro de Campo Bom. A torcida, que antes era só festa, não escondia a apreensão de deixar escapar uma vaga que praticamente foi assegurada em São Paulo, no jogo de ida, dentro do Pacaembu.

Sem pensar duas vezes, os donos da casa fora para cima. Três minutos depois do terceiro tento do Santo André, Canhoto desperdiçou uma oportunidade incrível de devolver a vantagem para o clube gaúcho. Nos minutos seguintes, o clube do município de Campo Bom pressionou bastante, mas a zaga do Santo André estava bem postada e segurou com unhas e dentes a classificação