Bruno Matos é o Sport no mundial de Hóquei

Aos quatro anos de idade, ele entrou na quadra de hóquei pela primeira vez. Ainda um pouco inseguro em cima dos patins, recebeu das mãos do pai o stick e tentou correr. Caiu, levantou. Caiu, levantou. Caiu, levantou. A insistência foi sua primeira qualidade. Ali, já mostrava que tinha futuro. Não demorou muito e deixou de ser mais um no meio da quadra. A partir daquele momento, o novo líder dentro de quadra se chamava Bruno Matos. A torcida do Sport já tinha uma promessa de novo ídolo.

Ao apresentar um desempenho acima da média, com pouco tempo foi chamado para jogar na Europa. Chegou ao Velho Mundo em 2002, onde ficou até 2010. Durante as cerca de oito temporadas, defendeu três equipes de Portugal, uma das principais potências mundiais. Foram seis temporadas no Candelária Sport Clube, uma no Clube Desportivo Santa Clara e outra no Óquei Clube de Barcelos.

Em 2010, voltou para casa, para a Ilha do Retiro. No mesmo ano, conquistou o tricampeonato brasileiro, o título mais emocionante da sua carreira, como gosta de afirmar em todas as entrevistas que participa. No ano passado, levantou a taça de campeão Sul-Americano.

Neste ano, acumulou a função de técnico, capitão e artilheiro da equipe. Quem o vê em quadra, parece que os 31 anos ainda não começaram a pesar. Muito pelo contrário. Com uma vitalidade de um garoto em início de temporada, está no auge. Prova disso que foi convocado mais uma vez para a Seleção Brasileira. Neste mês de setembro, ele vai disputar o quinto mundial com a camisa verde e amarela, em Angola (http://mundialhoqueiangola2013.com/). Foi neste contexto que o site oficial do Sport entrevistou Bruno Matos. Confira abaixo.

Este é o seu quinto mundial defendendo a Seleção Brasileira. Qual a motivação para mais uma competição?

A motivação é a mesma como se fosse minha estreia em mundiais. Se não fosse assim, nem participaria. Sempre estarei motivado para representar bem o País. A única mudança é que, depois de um quinto mundial, também estou motivado a passar ensinamentos e experiência para os mais novos na seleção. Encaro isso como um dever para quem tem mais jogos/campeonatos vestindo a “amarelinha”.

Como você avalia as chances da Seleção Brasileira em Angola?

O Brasil nunca conseguiu subir ao pódio em mundiais. A melhor classificação foi o quarto lugar. Falta investimento na modalidade. Os quatro melhores do mundo e favoritos ao título são Espanha, Argentina, Portugal e Itália. Neste mundial, nosso grupo conta com o atual tetra campeão, Espanha, além da Suíça e da Áustria. Então, o primeiro objetivo é nos classificarmos entre os dois primeiros do grupo. Depois disso lutaremos para fazer o melhor possível.

Parte da Seleção está jogando na Europa. Você passou alguns anos atuando no Velho Continente. Qual a diferença dos clubes europeus para os brasileiros?

Na Europa, o hóquei sobre patins é um esporte tradicional e muito valorizado, quase profissional. Muito diferente daqui. Portugal, por exemplo, conta com mais de 80 equipes, divididas em três divisões nacionais. No Brasil não temos nem dez equipes e somos amadores. Mesmo assim brigamos sempre para continuarmos entre as oitos melhores seleções do mundo.

O Sport é o atual vice-campeão brasileiro e campeão sul-americano. O trabalho de base do clube é um exemplo e tem formado bons atletas. Como você analisa o hóquei do Leão?

O Sport sempre foi um celeiro de grandes atletas de hóquei. Já cedemos grandes jogadores para seleção brasileira. Nos últimos anos, a modalidade em Pernambuco tem caído bastante, mas o clube tem lutado para essa “chama” não apagar. É um esporte caro e isso tem dificultado muito o aparecimento de novos jogadores. Com toda dificuldade, continuaremos lutando pelo esporte que já deu tantas glórias aos rubro-negros e, se Deus quiser, continuará sendo motivo de orgulho para o Sport Club do Recife.

Na maioria das vezes, o esporte amador é feito por pessoas abnegadas, por atletas que gostam do esporte e por pais que se esforçam para ver o crescimento esportivo dos filhos. O hóquei do Sport também é assim?

Sem dúvidas! O hóquei ainda continua forte no clube graças a duas ou três pessoas que lutam pela modalidade. Caso contrário, muito provavelmente seria um esporte que estaria apenas na lembrança de algumas pessoas. Com toda certeza já teria acabado o departamento no clube. Mas graças a algumas pessoas, o hóquei do Sport continua dando alegrias e orgulho aos sócios e torcedores do Leão da Ilha.

Você é um exemplo de atleta para quem está começando. Seria possível explicar os principais motivos que o fizeram chegar a atuar na Europa e na Seleção Brasileira?

Determinação, disciplina e amor pelo esporte. Acho que esses três pontos foram fundamentais para que eu conseguisse chegar aonde cheguei. Hoje, tento passar um pouco do meu conhecimento e experiência para os mais novos. Espero ter êxito nesse novo papel e que o Sport continue no topo do Brasil, lutando por títulos nacionais e internacionais, afinal, o Leão tem mania de ser campeão!

Redação MeuSport
Com informações do Site Oficial / André Albuquerque