‘O novo técnico não terá a última palavra’

Homero Lacerda voltou ao Sport disposto a promover mudanças no futebol do clube. Ontem ele participou da primeira reunião com os membros da atual diretoria. Em entrevista ao repórter Henrique Queiroz, disse que o futuro técnico não terá superpoderes e que a indisciplina entre os jogadores não será tolerada. Leia as principais declarações do ex-presidente.

REUNIÃO

“A reunião de ontem foi para tratar de assuntos preliminares. Já há uma sintonia entre os membros da diretoria, uma harmonia. Tratamos das prioridades. Sem união e concordância não se chega a lugar nenhum. O Sport não pode ficar refém das vaidades.”


PERFIL DO TÉCNICO

“O novo técnico do Sport não poderá ter superpoderes. Não podemos contratar um treinador e deixar tudo na mão dele. A diretoria vai definir padrões e acompanhar até a programação de treinamentos, folgas e o comportamento dos atletas. Vamos analisar a comissão técnica. Vamos tirar da costa do técnico toda a responsabilidade, que será dividida. Não vamos ter uma influência na escalação do time, mas o treinador para assumir o Sport terá que concordar com o nosso projeto de trabalho. Ele não poderá ter a última palavra.”


TRÊS NOMES NA LISTA

“Coloquei na reunião o nome de três treinadores. Antes de contratar um deles, vou conversar demoradamente com todos. Quero mostrar qual o nosso planejamento. Quero mostrar também o que é o Sport. Não temos mais o direito de errar. Até a liberação para folga vai passar pela diretoria. Agora, quando estiver com o nome do técnico definido vou levar para Gustavo Dubeux, que é o vice-presidente de futebol. Ele vai dar o sim ou o não.”


JOGADORES

“Vou ter uma reunião (hoje às 8h, na Ilha do Retiro) com Adelson Wanderley (gerente de futebol). Vamos analisar o perfil do atual elenco. Alguns desses jogadores são de boa qualidade técnica. Infelizmente, por problemas, não tiveram um bom rendimento na temporada. Vamos estabelecer regras. Quem ficar terá que se enquadrar na disciplina.”


CONTRATAÇÕES

“As contratações só poderão ser feitas quando definirmos o técnico. Mas cada jogador terá a sua vida analisada. Temos amigos e olheiros pelo País. Não vamos trazer um atleta que não queira cumprir o que for estabelecido pela diretoria.”


EXAME DE CONSCIÊNCIA

“A minha decisão de voltar a fazer parte do futebol do Sport foi tomada depois que fiz uma exame de consciência. Vi o esforço dos meus companheiros (atuais dirigentes), o sofrimento deles e da torcida. Acho que posso colaborar. Teve um momento que me senti omisso. Mas não sou um salvador da pátria. Nesse momento precisamos ser solidários.”


ORÇAMENTO

“Para o início do trabalho não será muito grande. Mas em 2000 o Sport teve o maior orçamento da sua história. Um gasto enorme. Fomos pentacampões, fizemos um bom brasileiro e fomos vice-campeões da Copa dos Campeões. O retorno financeiro foi imediato. Chegamos a ter 10 mil sócios pagando em dia.”