Copa SP – Fiasco pernambucano gera polêmica

A decepcionante campanha dos clubes pernambucanos – Sport, Santa Cruz e Porto – na Copa São Paulo de Juniores, que além de um empate do time caruaruense, anteontem, só conheceram derrotas, traz à tona uma antiga polêmica. Será que é realmente válido enviar equipes do Estado para a única competição nacional da categoria?

A resposta pode ter sido dada antes mesmo do início do campeonato pelo presidente do Náutico, Ricardo Valois, que decidiu suspender o envio de sua equipe para São Paulo, sob a alegação de que ‘apanhar’ não traz experiência aos jogadores e não faz bem ao clube. “Não vou mandar a equipe desfalcada para São Paulo (isto porque dez jogadores das divisões de base foram integrados aos profissionais em 2005). Chegando lá, o time leva três surras e volta humilhado.”

Mas a grande maioria dos cartolas do Estado não compartilha da opinião do alvirrubro. Mesmo com os constantes vexames das equipes pernambucanas, os dirigentes de Sport, Santa Cruz e Porto, o único com chances (remotas) de passar à próxima fase, preferem apostar na competição como uma grande oportunidade. “Os jogadores estarão aparecendo para o País, em uma competição de alto nível técnico”, disse Romero Neto, diretor de futebol amador do Santa Cruz. A opinião do tricolor é compartilhada pelo também diretor, só que rubro-negro, Melo Campos. “Será que nossos jogadores vão ficar experientes e conhecidos tomando porrada?”, questionou Valois.

As sucessivas decepções na competição frente a equipes desconhecidas passaram a preocupar, inclusive, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Carlos Alberto Oliveira. “É uma vergonha para o Estado. Perdem para qualquer um”, disse.

A justificativa para o fracasso, por sinal unânime entre os dirigentes, é o Campeonato Estadual, que, segundo eles, é fraco tecnicamente e com um número reduzido de jogos. “Fazemos apenas 15 partidas oficiais por ano. Por isso, chegamos na Copa São Paulo sem conjunto”, disse Melo.

Segundo Carlos Alberto, o número reduzido de rodadas se deve a um pedido dos clubes que não querem gastar muito com as divisões de base. “Se quiserem um campeonato maior, farei com prazer”, disse.

Sport e Santa Cruz já prometem reformulações dentro dos seus departamentos de futebol amador, para que vexames como o deste ano não se repitam.