Trintões garantem não estar numa fase de declínio

Quatro contratações, e uma inclinação à vista. O Sport deve optar por jogadores experientes, a fim de não reviver em 2005 os atropelos deste ano, quando sequer chegou às finais do Campeonato Pernambucano e quase foi rebaixado à Série C do Brasileiro. O zagueiro Leo Oliveira, 27 anos, é o caçula dos novatos. O meia Doriva e o atacante Reinaldo Aleluia têm 30, enquanto o zagueiro Romildo já chegou aos 31.

O técnico Heriberto da Cunha pensa na mescla dos jovens talentos da categoria de base com a experiência, embora os atletas ‘trintões’ suscitem uma dúvida: é este o momento de declínio técnico destes profissionais? Representantes de vários setores do futebol rubro-negro não crêem. O preparador físico, Edvaldo Júnior (Tacão), diz que passar dos 30 não é problema, por exemplo, para aqueles que se cuidam. “O jogador que se alimenta bem, tem uma vida regrada e não teve lesões graves não vai ter problema. Mas ele não é mais um garoto de 22 anos”, pondera. “Por outro lado, alguns atletas são tão desregulados que chegam aos 25 acabados”, diz.

Tacão faz uma observação. Para ele, não pode haver o exagero de atletas nessa faixa de idade em um determinado time. “É por isso que o Departamento de Fisiologia recomenda sempre a mescla de atletas jovens com os mais experientes”, explica.

O meia-esquerda Doriva sai em defesa dos ‘veteranos’. Pela sua característica de atuar, não costuma dar piques. Tem uma postura que prima em ditar o ritmo de jogo com passes certeiros e distribuição de bola. “Com o decorrer do tempo, vem a experiência. Procuro não correr desnecessariamente. A idade não influi”, afirma.

Tacão adiciona detalhes ao depoimento de Doriva. “O atacante Reinaldo Aleluia tem 30 anos, mas corre muito dentro de campo. Isso é muito relativo”, diz.

Heriberto levanta uma questão essencial nos dias atuais. Segundo ele, o importante é contratar jogadores com boa capacidade técnica. “Um menino de 18 anos, se tiver qualidade, tem até condição de administrar uma partida. Mas um jogador com 30 anos de idade está na sua plena capacidade física e técnica. Agüenta facilmente um jogo de 90 minutos. Pode jogar até 120, se quiser”, teoriza.

Para finalizar, Doriva lembra que, mais do que qualquer aspecto físico, os novos contratados têm de dar o máximo para conseguir as conquistas.